sábado, 29 de março de 2014

Das dores que eu não chamei

Dor de medo. De ter. De ser. E do contrário também. Do olho fechado e por horas revirado: do pesadelo. Dor do medo de não saber. Dor de sentir o que não se sabe. De expulsar de dentro o que não se escolhe: lá fora. Medo da dor: do vidro embaixo da unha do polegar. Medo. Do soro que sai da lágrima. Da dúvida que não passa. Excita o pulmão, cospe e vê a pedra que sai. Bipolar. Medo: ainda. Da explosão. Incolável coração. Toma a pílula, mais uma vez. Na condição de aumentar: diminui. Faz doer a bexiga. Dá câimbra na coxa. Congela o pé. Cicatriz de dentro. Caramujo tatuado.

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